Filosofia Clínica
FILOSOFIA CLÍNICA
A Filosofia Clínica tem um jeito próprio de pensar, diferente. Traz para a terapia o olhar, os modos de compreensão e de entendimento das tradições filosóficas ocidentais. A sua originalidade é colocar como central a idéia de singularidade, que cada pessoa é diferente de cada uma das outras.
Não há uma noção de ser humano a priori, pré-estabelecida. Cada um virá do seu modo e será recebido com o que lhe é próprio, em suas tonalidades afetivas, com aquilo que tem feito em sua história, nas circunstâncias de sua vida. Com sua loucura, suas maneiras de lidar com o mundo, com a existência, com os outros, consigo.
Não trabalha com a noção de doença, nem com tipologias psicopatológicas. O que não quer dizer que não reconheça e trate dos fenômenos da depressão ou de comportamentos tidos como bi-polares. Ansiedade, angústias, tédio e tantas outras formas de viver, de sofrer, fazem parte daquilo que se cuida em Filosofia Clínica.
Cada vida pode ser vista como um fluxo de emoções, afetos e pensamentos. Às vezes contraditórios e muito diferentes entre si. Em cada um de nós em sua variância singular e com uma multiplicidade infinita entre as pessoas. Os movimentos às vezes são intensos, as mudanças imprevisíveis, com constância e tempos e modos de permanência muito diferentes. A Filosofia Clínica se aproxima para cuidar. Um cuidado com muito cuidado. A partir do que é próprio a essa pessoa, à sua maneira, no seu ritmo.
A relação se dá entre 2 pessoas, que estão aí, em papéis distintos. Uma traz o assunto, algo a tratar, a outra se dispõe à escuta. Duas vidas se cruzam com uma marca própria, um sentido. Ou vários. Mas quem é que os define? Quase sempre quem a vem procurar. Ela é a artesã de seu destino. A questão da singularidade é de respeito pela outra pessoa, é ética.
A Filosofia Clínica se faz entre.